Fui tentar renovar a minha carteira no Detran hoje a tarde. Dirigi-me ao posto da rua Machado de Assis, no Catete e lá me informaram que idoso poderia fazer isso na sede do Detran, na Presidente Vargas, direto, sem agendamento e sem pagar um centavo. Sairia de lá com tudo resolvido sem mais delongas. Nem titubeei, peguei o primeiro taxi e rumei para lá. Devia ser 1 e meia da tarde, mais ou menos. Fiz cadastramento depois de esperar uma boa meia hora, mas daí a gente ainda está eufórico com a idéia de se livrar logo desse bode e faz camaradagem com os outros e papo vai papo vem, o tempo passa e pronto. Cadastramento feito. Agora vai ter que fazer fotografia e deixar as impressões digitais de todos os dedos das mãos. Me avisaram que iria demorar cerca de 1 hora e meia e que eu poderia sair para almoçar o voltar com calma que daria tempo. Não fiz outra coisa, saí, fiz um lanche no Mundo Verde da Uruguaiana, bati perna por ali , entrei na Saara, percorri aquelas ruas, caminhando com olhares de turista pra curtir melhor o momento. Enfim, retornei ao Detran faltando uns 20 minutos para o prazo dado ... e nada. Perguntei e depois de desbravar com um certo tato a onda de irritação dos funcionários, finalmente fui informado de que ainda haviam oito na minha frente. Mais uma meia hora e pronto, fui fotografado, datiloscopado e enviado para o 4º andar para fazer exame de vista. Atendido no guichê inicial, fui novamente datiloscopado e recebi um formulário sobre doenças e remédios, acidentes de trânsito por acaso sofridos, se já havia desmaiado, tido convulsões e congêneres. Agora teria que aguardar para ser chamado novamente. Passaram-se mais ou menos uns 40 minutos e finalmente fui chamado. Tiraram minha pressão e me mandaram aguardar para fazer o exame de vista. Mais uns 20 minutos e saiu o exame de vista que demorou no máximo uns 10 minutos. Três linhas de letras e pronto, acabou. Fui informado que poderia pegar a nova carteira dali a quatro dias úteis no mesmo local onde tudo começou, isto é, na recepção. Ainda fui incumbido de chamar o próximo pelo nome, tarefa a qual me desempenhei com a maior competência, com uma voz bem empostada, boa dicção, depois de haver memorizado o nome Luiz Fernando e pronto, ele ouviu imediatamente e se lançou ávido pelo corredor enquanto eu, também ávido me lançava a outro que desenbocava no banheiro e, depois no hall dos elevadores. Eram 4 e meia da tarde. Tudo demorou 3 horas e consegui meu intento, não sem uma luta interior paralela que rumava para uma possível desistência somatizando estresse e dores abdominais. Cheguei em casa, sentei na poltrona, liguei a TV e adormeci como uma criança.